terça-feira, 25 de setembro de 2012

Poetas do luar

Vivo uma situação incrível da minha vida: A indecisão entre o suicídio e a chacina. Já não consigo sair a rua sem sentir medo do que venha a seguir. Isto nem é tão incrível assim.

Senhor Ramos, Salvador continua piorando. Uma dívida que deve destruir plenamente a cidade em breve. Transporte público inseguro, muito caro e inefetivo. Continuo desempregado. Continuo à espera de um milagre. Continuo esperando meu príncipe encantado. Continuo fingindo que estou mudando.

Continuo continuando. Estou pensando seriamente em muitas coisas. Coisas que talvez nunca venha a concluir. Comecei um jogo que não consigo completar o algoritmo dele. Comecei um curso de alemão pela internet, e um de russo. Fiz planos de sair por outras cidades. Já não tenho a mesma criatividade que tinha antes. O senhor não vai falar comigo?

Sei que faz tempo que não falo com o senhor. Precisava de um tempo dedicado somente a mim. Talvez tenha isto me feito acreditar mais no que digo. Ao menos consegui aumentar minha intuição. Já jogo tarot errando bem menos. Vou dizer uns 66% de aumento. Eu sei. Pra quem acertava muito pouca coisa. Já consegui prever coisas antes e acontecerem. Estou nu regime de jogar duas vezes ao dia: de manhã e de noite. Não, não. Estou perguntas simples como "como será o dia de amanhã?", ou "O que vai acontecer de interessante hoje?". Nada muito complicado. Quando me sentir forte o suficiente vou melhorar as perguntas para algo como "Quem vou encontrar na esquina da ondina com a garibaldi?". Ainda não me acho forte o suficiente para isso. Bom, acho isso por que embora tenha melhorado minha disposição no tarot, ainda tenho certos receios de coisas que já perguntei e não soube interpretar. Você acabou de me lembrar minha psicóloga. Uma vez abri um conjunto que me dizia algo referente a dejà vu. Não sabia se era uma segunda chance ou um dejà vu de fato. Tirei as cartas na manhã seguinte e confirmei dejà vu. Foi relacionado à uma compra que fiz na internet. Há alguns meses comprei uma licença de antivírus. Não consegui completar a compra por que o caixa eletrônico só transferia depois das 22h. Perdi a compra, tive que falar com o sistema de pagamento e depois falar com o pessoal do antivírus. Então, recentemente fiz a mesma coisa com um adaptador para ide/sata - USB. O pagamento caiu depois do que deveria, mas consegui concluir a compra. A história das cartas termina aqui. Atualmente (hoje) os correios não encontram minha casa no subúrbio ferroviário (?) de salvador por que tenho 2 ceps. Isso é muito chato. Gostaria de não ter nenhum problema com este tipo de coisa.

Mudando de assunto. Tô pensando em largar o português dentro de casa. Parar mesmo de pensar em português. Preciso de fluência em alguma língua diferente do português. Com certeza deve me ajudar a arrumar um emprego. Agora tô tentando carregar um jogo do facebook na internet discada de celular. Aff. Como eu gostaria de ter uma internet de qualidade. Verdade, eu gostaria de muitas coisas. Dentre elas, claro. Adoraria, mas a sorte não me vem assim. Quem sabe. Mas não tenho sorte em sorteio algum. Nunca tive. Desde pequeno. Na verdade, desde que me lembro. Bem que poderia ter alguma entidade que sorrisse pra mim e dissesse: vou lhe tirar a sorte no resto do mês, mas hoje você vai ter toda a sorte do mundo. Ou o contrário. Perder tudo de uma só vez e ganhar toda a sorte do mundo no resto da vida. Há determinados preços que estou disposto a pagar e outros que prefiro negociar. Não, mesmo nesta área. Sorte no amor? Nem em novela mexicana de autoria brasileira filmada na globo. No jogo pior ainda. Já estou ficando deprimido de tanto... Deixa pra lá. Passei alguns meses de greve. O senhor é bem mais informado que eu. Aproveitei para relaxar bastante e melhorar algumas coisas que poderia ter melhorado. Continuo me sentindo um lobo solitário. Apesar de que lobos solitários caçam quando os instintos mandam. Eu não. Uma árvore talvez se adequasse melhor a minha imagem. Grande, velha e rodeada de pássaros, insetos e outros animais que vivem nela. Foi-se o tempo em que eu era o aluno mais dedicado do mundo. Me sinto desmotivado. Como, se quanto mais desejo alguma coisa menos ela se torna fácil. Não, o senhor não me entendeu. No meu sentido é como se... como dizer isso?... Se... Se eu fosse um alface e quisesse ser comido por uma vaca uma girafa urubu (urubus comem carne, logo serve para a parábola). Não importa o quanto eu espere o urubu se aproximar de mim. Ele nunca vai olhar pra mim com fome. Nunca vai pensar: Que alface delicioso! Muito menos vai me achar um belo alface. Me sinto assim em relação a sorte. Justamente. Talvez algum dia o urubu se torne vegetariano. Ou talvez eu vire uma alface com cor e forma de carne. Mas aí é um caso de esperança. Coisas raras na minha vida.

Não é a única. Sinto falta de olhar pra tv e ver somente o que está em foco na tela. Sinto falta de andar na rua sem sequer sem estar alerta. Sinto falta de ter os olhos fechados e a mente a aberta. Sinto meus olhos abertos e minha mente fechada. Tenho medo da minha sombra... Tenho sentimentos dos quais nunca compartilhei.

Não é a única coisa. Nem a pior de todas elas. Mas logo saberei como não me preocupar com elas. Sou um alface desejado alimentar o urubu. A branca de neve esperando o príncipe encantado. Não tenho esperanças e ainda creio. Não importa o que venha a fazer. Me sinto velho demais, mesmo pra minha idade. E agora estou deprimido.

Muita conversa pra pouco tempo. Adoro desabafar com o senhor. J'adore vous. À bientôt.