sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Diálogo aberto sobre sexualidade

escolha de conversa em lugar de briga.
─O tema agora é virgindade. ─Diz Mag segurando um cartão com a palvra escrita.
Mago fica meio estranho com a palavra.
─Mago, quando você perdeu sua virgindade? ─Mag pergunta na maior inoscência.
─Não perdi.
─Não perdeu? Interessante...
─Tá brincando... ─Um outro colega de nome desconhecido.
─É a mais pura verdade.
─Precisamos resolver isso.
─Não há nada para resolver. Isto não é um problema. ─Mag mostra respeito a condição do colega. ─O que você pensa sobre ser virgem? De continuar virgem?
O tom da conversa muda.
─Nunca tive problema com isso. Não posso falar nada sobre ser virgem, afinal ainda não perdi a virgindade.
─Então você pretende deixar de ser virgem. ─O colega afirma.
A conversa voltou ao tom inicial.
─Quando eu achar o momento e a pessoa certa. Ou a oportunidade que eu sonho há tanto tempo. Então sim.
─Ah... Eu achei tão legal saber que você e virgem.
─E você?
─Sou de virgem. Brincadeira. Eu sou de escorpião. Tenho sangue quente. E...
─É virgem! ─O colegase impõe. ─Confessa logo.
─Confesso.
─E você? ─Mago e Mag juntos.
─Minha vida sexual não é propriedade minha.
Os dois olham-o com olhos famintos para saber o que se passa na mente dele.
─Perdi a virgindade, mas faz muito tempo.
─Próximo tema: Gosto sexual.
─Homem. ─Mago responde primeira.
O colega se assusta. Mag, nem tanto.
─Homem?!
─Loiro ou moreno, alto, bonito, jovem, forte, dentre outros aspectos masculinos que podem me comprometer.
─Eu estou fora disso. Não é?
─Você é hetero. Você não perceberia nunca. A não ser se houvesse alguma coisa mais próxima entre nós. Como uma amizade verdadeira.
─Dá pra deixar o papo de amantes pra outra hora? Isto não é hora para debater sentimentos amorosos. ─Desta vez Mag se impõe.
─E você, Mag? ─Mago nem deixa de observar as reações do colega.
─Mulher. Às vezes homem, pra variar. ─Só pra confirmar uma coisa...
Mago olha para Mag com um olhar um tanto confuso.
─E de beijo?
─Nenhum. Totalmente BV.

No dia seguinte, Mago e Mag chegam juntos à sala e sentam próximos ao colega do grupo anterior. Ele finje que Mago nem está alí. E depois da aula o evita. E nos dias posteriores se mantém bem longe dele.


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O que eu quiz dizer com isso é que simplesmente ignorar não vai tornar as coisas mais fáceis.

Assim como os ditados "em terra de cego quem tem um olho é rei", "quando a esmola é demais o santo desconfia", e "santo de casa não faz milagre" funcionam em ocasiões diversas entre si, dificultar um relacionamento que provavelmente nunca existirá é tentar prever um futuro que não é seu para si próprio.

P.S.: Este caso é apenas uma passagem mental. Eu nunca, em sã consciência, direi nada semelhante ao que meus personagens disseram neste texto.

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