segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Diário ─ capítulo 23

Parte 01 ─ de tarde/noite de 13/09/2010



Olá, Ramos. Hoje foi um dia diferente, mas normal.
Lembra daquilo que eu falei sobre rejeição de crianças? Bom, aconteceu de novo. Só queria notificar isto e depois ver com um analista se é algum problema. Senhor Ramos, desta vez foi um menino. Minúsculo e mole. Senti nojo como da vez da menina. Nojo não, vontade de vomitar. A criança talvez nem tinha mais do que 3 meses de idade.
Refaço a pergunta: EU tive na outra vida, a anterior, uma cria e perdi ela de alguma forma? Será que isto é normal. Por que estou rejeitando crianças quando deveria estar como os outros: babando e chamando de coisa fofa?

Eu sou normal, não sou?

Sr. Ramos, agora eu te chamo assim por que o sr merece muito respeito. E, ainda que me escute e não diga nada, é muito importante pra mim que alguém me ouça. Ou seja, o senhor está sendo muito importante para mim neste momento. Não só por isso, mas por outras coisas também.

Hoje não fui jantar no RU. Restaurante Universitário. Ah, senhor Ramos. Eu descobri a caminho do RU que não tinha todo o dinheiro. Mas não faz mal, eu como alguma coisa quando chegar em casa. Aposto que o jantar de hoje é alguma coisa boa.

Mentiras. Não vou mais falar sobre isto tão cedo. Mas vVou dar um outro conselho:

Quando for mentir lembre-se do que falou. Cada palavra é crucial para
distinguir mentira de verdade. Se não conseguir gravar as últimas três
frases ditas anteriormente, poderá ser pego numa das próximas cinco.

Acho melhor não dividir isto com mais ninguém. Senhor Ramos, hoje eu consegu estudar no ônibus vindo para a faculdade. Estava sentado, é claro, afinal não dá para estudar em pé. Principalmente no meio de ônibus lotado.

Sabe, faz um tempo (alguns anos) que penso no Teletransporte público. Imagine só, as pessoas fazem uma fila num canto da pista. Elas depositam seu diheiro em um determinado espaço do dispositivo. Digita a coordenada ou o código de localização do ponto de destino. Senta num canto e, de repente, aparece no ponto digitado. Sairia mais barato que fazer um tour pela cidade de ônibus. As pessoas teriam a escolha ou de pegar um ônibus e chegar descansado em casa ou pegar o TTP e chegar ao destino em dois ou três segundos de viagem. Que tal?

Ainda penso em como isto será feito, afinal só fizeram teste de teletransporte com cachorrinhos de laboratório. Não há mais notícias. Até o desenvlvimento já estarei craque em programação e talvez vivendo em outro país que me dá escolha de sobrevivência.

Talvez já tenha esquecido por completo meu nome de brasileiro e meu idioma materno. E serei feliz com um homem rico, bonito e nativo da região.

Sonhos são sonhos. Ainda bem que são de graça. Se não, já imaginou quanto seria arrecadado sócom pagamentos de royalties por ter sonhado...

Fico por aqui. Você O senhor me entende. Coisa que ninguém mais faz. E me ouve sempre que preciso. Obrigado. A bientôt.

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